Crítica


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“O assunto de Aleilton Fonseca tende a ser o que se convencionou chamar de regionalismo em literatura brasileira, isto é, a vida rural no âmbito da modernização incompleta do Brasil. Mas olhando de mais perto a qualidade salta aos olhos; há ritmo na prosa que parece de fala mansa e pausada, o aproveitamento do vocabulário às vezes arcaizante não cai no pitoresco. E o assunto é, na verdade, matéria mais fina: os ritos de passagem para a maturidade.” Homero Vizeu Araújo. Zero Hora. Porto Alegre, 07/03/1998.

“O contista Aleilton Fonseca sabe juntar a profusão de sentimentos vivos do seu universo ficcional num espaço definido e preciso: o espaço da escrita, pondo as palavras a serviço do seu dizer. Nenhum gesto de personagem se perde dos olhos, nenhuma palavra se perde do ouvido, tudo conduz ao ponto indicado pela mão do escritor.” Cid Seixas. A Tarde, Salvador, 27/07/1998.

“Aleilton Fonseca é um criador que vive plenamente as suas criações, quando as apresenta, sendo, a um só tempo, todas elas, e cada uma delas no singular da personalidade que lhe atribui. É um narrador espontâneo, cujas histórias são contadas como se vividas fossem, numa simplicidade de alto nível, como se quer a simplicidade literária. Um autor antológico, sem dúvida.” Gláucia Lemos. O Escritor. União Brasileira de Escritores. São Paulo. Janeiro/1999.

“O livro (Jaú dos Bois) compõe-se de cinco contos, que demonstram uma virtude poucas vezes encontrada na atual literatura brasileira: o domínio da técnica formal a serviço de uma sensibilidade aguçada. O autor, também poeta (dos bons) e professor universitário, consegue resgatar o lirismo das histórias comuns, sem em momento algum cair no simplismo nem na pieguice.” Luiz Ruffato. Jornal da Tarde. Caderno de Sábado. São Paulo, 08/05/1999.

“Numa prosa simples e elegante, num rigor estilístico invulgar, e com ingredientes vários oferecidos pelo cotidiano, Aleilton Fonseca fixa cenas e tipos do interior rural ou da cidade, com grande sensibilidade artística e humana, acompanhada por uma subtil análise psicológica.” Dominique Stoenesco. Latitudes: cahiers Lusophones. Paris, nº 12, septembre 2001. 

“Há sempre um narrador que desfia suas lembranças diante do leitor, promovendo, pelas artimanhas sutis da memória, o reencontro imaginário com pessoas queridas. São histórias de saudades - de um filho, um avô, uma irmã mais velha, um amigo dos tempos de escola.” Flávio Carneiro. Idéias. Jornal do Brasil.Rio de Janeiro, 6/2/2002.

“No conto de Aleilton Fonseca, a literatura é uma iluminação da vida. É como se o contista dissesse com o poeta: eu tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo. Suas histórias são intensamente vividas, como se fossem casos que se contam no momento mesmo em que são vividos, com a presença inusitada, vez ou outra, do narrador, que interfere no sentido de arrumar o elenco desse grande teatro que é a vida. “ André Seffrin. Prosa e verso. O Globo. Rio de Janeiro, 2002.

“É sintomático, também, que o contista Aleilton conjugue numerosas vezes o verbo escavar e os substantivos que lhe estão associados. Ao escavar, ele seleciona palavras e as saboreia. O contista as toma no paladar, sente-lhes o gosto, o peso, o nível de expressão. Há nesse conúbio comas palavras um prazer por assim dizer sensual. O escritor escava lembranças, que se identificam através de palavras, escava rostos e episódios da infância – e essa garimpagem permanente lhe rende histórias (vai esse termo, para mim preferível a estórias) dignas de reflexão.” Hélio Pólvora. O Estado de São Paulo. Caderno 2. São Paulo, 21/11/2003.

“As histórias de Aleilton Fonseca não buscam o exotismo temático e/ou lingüístico. Os enredos são simples, embora não simplistas. Como narrador, não lhe atrai a possibilidade de criar situações complexas, repletas de acontecimentos, ou traçar minuciosos painéis descritivos. Interessa-lhe, sobretudo, retratar a paisagem interior de seus personagens, e perscrutar seus dramas íntimos. Por isso, seus contos emocionam e cativam o leitor, que, em última análise, é seduzido ainda pela alta densidade humana que provém dessas páginas” Ricardo Vieira Lima. Rio de Janeiro, 2003.


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