domingo, 2 de dezembro de 2012

Lançamento/ O ARLEQUIM DA PAULICEIA - Imagens de São Paulo na Poesia de Mário de Andrade, Aleilton Fonseca


FONSECA, Aleilton. O ARLEQUIM DA PAULICEIA - Imagens de São Paulo na Poesia de Mário de Andrade. São Paulo: Geração Editorial, 2012. 300 págs. ilustradas (fotos de Sâo Paulo antiga).





Passeando em Sampa com Mário de Andrade

 Um olhar apaixonado sobre uma obra apaixonada. O resultado são estas milhares de linhas/trilhos que conduzem o leitor aos bondes da São Paulo da garoa, aos lampiões a gás, levando-o a acompanhar sensorialmente a construção do Teatro Municipal, da Catedral da Sé, do Edifício Martinelli, ao lado de transeuntes de terno, gravata e chapéu no centro velho da cidade; mulheres à la française, à sombra dos primeiros arranha-céus, ouvindo os ruídos dos primeiros automóveis importados e o gemido cada vez mais rumoroso de uma Pauliceia que engatava marchas em direção a uma loucura que se desenhava e se redesenha até hoje. O que diria Mario de Andrade se visse a São Paulo atual do alto do Pico do Jaraguá, onde pedira, em testamento poético, que os seus olhos fossem sepultados?
Aleilton Fonseca disseca a obra e a alma do famoso escritor, acrescentando pontos de vistas surpreendentes. Se você nunca leu Mário de Andrade ficará com vontade de ler. E se já leu fará uma nova leitura, uma redescoberta. De maneira elegante, Aleilton se coloca em segundo plano para elevar Mário de Andrade à altura que ele merece. Os dois se merecem e se incorporam na busca de compartilhar o sentimento e a poesia com seus semelhantes. Mário, frisa o autor, “procurava incorporar-se ao coletivo, como forma de destruir em si o egoísmo das distinções particulares, despojando-se dos valores que o tornam um indivíduo só e solitário”.
Aleilton nos oferece uma prosa poética juntando fotos antigas da cidade a excertos da obra do modernista. Uma das fotografias mostra passageiros sentados de costas num bonde, talvez o mesmo em que Mário um dia se sentira sozinho ao escrever: “O bonde está cheio/De novo porém/Não sou mais ninguém”. Ao exprimir a cidade em versos, o poeta modernista procurou “domá-la, pô-la nas rédeas da linguagem, de novo humanizá-la, tornando-a inteligível, transparente ao sentimento humano”, acentua o autor, acrescentando que as críticas e os elogios do poeta a São Paulo são puros atos de amor.
Pegue o bonde, então, caro leitor, e vai conversando com Aleilton Fonseca e Mário de Andrade. Não se assuste se você vir passar um veloz Metrô ao largo. Compare as duas metrópoles, mas volte para o presente. Pode doer. Volte devagarinho. 

Jaime Pereira da Silva (Jornalista)

domingo, 25 de novembro de 2012

"28e. Festival International de la Poésie"



Nesta foto, reúne-se parte dos 80 poetas que participaram do "28e. Festival International de la Poésie", na cidade de Trois-Rivières, Québec/Canadá, de 28 de setembro a 7 de outubro de 2012. Tive a honra de ser o poeta convidado para representar o Brasil, em cerca de 30 atividades, nos dez dias do evento

domingo, 30 de setembro de 2012

28º. Festival Internacional da Poesia no Canadá


O escritor e acadêmico Aleilton Fonseca, professor da UEFS, membro do PEN Clube do Brasil, da UBE-SP e da Academia de Letras da Bahia, estará participando do 28e FESTIVAL INTERNATIONAL DE LA POÈSIE, no Quebec, Canadá, como escritor brasileiro convidado. O evento acontece de 28 setembro a 7 outubro, na cidade de Trois-Rivière, Quebec – Canadá. O evento é anual, e este ano conta com a presença de cerca de 80 poetas convidados de diversos países, bem como um grande público formado por jornalistas, críticos, estudiosos, estudantes e leitores em geral.
No evento, Aleilton Fonseca estará participando de várias atividades e sessões bilingues de leitura de poemas, bate-papos, encontros e discussões sobre poesia. Também lançará o livro bilíngue “Une rivière dans les yeux/um rio nos olhos” – poemas, tradução de Dominique Stoenesco, uma coedição
das editoras baianas Mondrongo e Via Litterarum.
Depois do Canaa, o escritor baiano seguirá para a França, de 10 a 18 de outubro, para participar de eventos em universidades francesas (em Rennes e em Nantes), onde também lançará o livro de poemas, em encontros literários e acadêmicos.
riviere

SITE DO EVENTO: Aqui


* PARTES DO PROGRAMA COM A PARTICIPAÇÃO DE ALEILTON FONSECA*

* 28 de outubro – Abertura

* 29 de setembro – sábado*

8 h – 9 h 30 : *Petit déjeuner*: *Fédération des Festivals Internationaux de Poésie*, *Réservé aux poètes invités.* Petit Salon, restaurant Le Rouge vin, Hôtel Gouverneur, 975, rue Hart, 819 379-9813. *Poètes* *invités : *Javier Alvarado (Panama), Kazimierz Brakoniecki (Pologne), *Aleilton Fonseca (Brésil*), Kätlin Kaldmaa (Estonie), Drazen Katunaric (Croatie), Sigurdur Palsson (Islande), Rigoberto Paredes (Honduras), Simona Popescu (Roumanie), Pablo Poblète (France/Chili), Carles Torner (Catalogne/Espagne), John Watson (Australie). *Animateur* : Gaston Bellemare (Québec).

10 h – 11 h 30 : *Liberté de parole et poésie dans le monde : questions et lectures.* Vieille Prison de Trois-Rivières, 200, rue Laviolette, 819 379-9813. *Poètes* : Kazimierz Brakoniecki (Pologne), Sylvestre Clancier (France), *Aleilton Fonseca (Brésil)*, Emmanuel Simard (Québec). * Animateur* : Gaston Bellemare (Québec).

17 h – 18 h 30 : *Apéro-p**oésie :* Café Bar Zénob, 171, rue Bonaventure, 819 378-9925. *Poètes* : Georges Castera (Haïti), *Aleilton Fonseca (Brésil*), Victor Mendiola (Mexique), Emmanuel Simard (Québec).

*30 de setembro – domingo*

16 h – 17 h : *Poètes en prison. *Vieille prison, 200, rue Laviolette, 819 372-0406. *Poètes* : Fredric Gary Comeau (Nouveau-Brunswick/Québec), Kazimierz Brakoniecki (Pologne), *Aleilton Fonseca (Brésil)*, Drazen Katunaric (Croatie), Antonio D’Alfonso, Émile Martel, Prix du Gouverneur
général-poésie-1995 (Québec).

18 h : *Souper-poésie*. Restaurant Le Saint-Germain Bistro, 401, rue Saint-Roch, 819 372-0607. *Début des lectures : 18 h 30.* *Poètes : *François Guerrette, Prix Jean-Lafrenière/Zénob-2012 (Québec), Raymond Guy Leblanc (Nouveau-Brunswick), Aleilton Fonseca (Brésil), Giovanny Gomez (Colombie),
Victor Mendiola (Mexique).

23 h :* Poèmes de nuit.* Café Bar Zénob, 171, rue Bonaventure, 819 378-9925. *Poètes* : Michel Côté, Prix littéraire Le Droit-poésie-2011, Émile Roberge, Emmanuel Simard (Québec), Michel Dallaire (Ontario), *Aleilton Fonseca (Brésil)*, Victor Mendiola (Mexique).

*Dia 2 de outubro – terça-feira:*

12 h 30 – 13 h 15 : *Réservé aux étudiants de Villa Sainte-Marcelline. Dîner-Poésie – Rencontre de poètes. Poètes* : Galerie d’Art du Parc : *Aleilton Fonseca (Brésil)*. Salle régionale de la Maison de la culture : Drazen Katunaric (Croatie). Musée québécois de culture populaire : Sigurdur Palsson (Islande).

18 h : *Souper-poésie*. Restaurant Bistro L’Ancêtre,603, rue des Ursulines, 819 373-7077. *Poètes* : Fredric Gary Comeau (Nouveau-Brunswick/Québec), Kazimierz Brakoniecki (Pologne), *Aleilton Fonseca (Brésil)*, Giovanny Gomez (Colombie), Germaine Beaulieu (Québec).

20 h 30 : *Récital-poésie*. Café Bar Zénob,171, rue Bonaventure, 819 378-9925. *Poètes* : Jean-Paul Daoust, Prix Jaime-Sabines-Gatien-Lapointe-2012, Isabelle Dumais (Québec), José Claer (Ontario), *Aleilton Fonseca (Brésil)*, John Watson (Australie).

*3 de outubro – quarta-feira*

13 h 30 – 15 h : *Poésie ludique*. *Artiste* :Régent Ladouceur. Galerie d’art Le Réfectoire, Musée des Ursulines, 734, rue des Ursulines, 819 375-7922. *Poèmes* : Carl Bessette. *Poètes* : Normand de Bellefeuille, Grand Prix Québecor du FIP-2012 et Prix du Gouverneur général-poésie-2000, Jean-Philippe Dupuis (Québec), Georges Castera (Haïti), *Aleilton Fonseca (Brésil)*, Rigoberto Paredes (Honduras),
Simona Popescu (Roumanie).

16 h – 17 h : *Goûter-poésie. *Nys Pâtissier, 1449, rue Notre-Dame centre, 819 691-9080. *Poètes : **Aleilton Fonseca (Brésil)*, Kätlin Kaldmaa (Estonie), Amir Or (Israël).

18 h : *Souper-poésie*. Restaurant Le Saint-Germain Bistro, 401, rue Saint-Roch, 819 372-0607. *Début des lectures : 18 h 30.* *Poètes* : Jean-Paul Daoust, Prix Jaime-Sabines-Gatien-Lapointe-2012, Normand de Bellefeuille, Grand Prix Québecor du FIP-2012 et Prix du Gouverneur général-poésie-2000 (Québec), Pablo Poblète (France/Chili), *Aleilton Fonseca (Brésil)*.

*4 de outubro – quinta-feira*

9 h – 10 h : *Tartines et poésie.*Restaurant Le Sacristain, 300, rue Bonaventure, 819 694-1344. *Poètes :*Michel Thérien (Ontario), *Aleilton Fonseca (Brésil)*, Kätlin Kaldmaa (Estonie), Sigurdur Palsson (Islande), Étienne Ruhaud (France).

12 h : *Dîner-poésie*. *Apportez votre lunch*. Foyer de la Maison de la culture, 1425, place de l’Hôtel-de-Ville, 819 379-9813. *Poètes* : *Aleilton Fonseca (Brésil)*, Kätlin Kaldmaa (Estonie), Vladimir Zakharov (Russie), Paule Doyon (Québec).

17 h : *Apéro-poésie*. Bar l’Hexagone, Hôtel Delta Trois-Rivières, 1620, rue Notre-Dame Centre, 819 376-1991. *Poètes *: Sarah Yi-Mei Tsiang (Ontario), Aleilton Fonseca (Brésil), Aarón Rueda (Mexique), Odelin Salmeron (Québec).

*4 de outubro – sexta-feira*

12 h : *Dîner-poésie.* Café Le Bucafin, 920, boul. du Saint-Maurice, 819 376-2122.*Poètes* : *Aleilton Fonseca (Brésil)*, Aarón Rueda (Mexique), Victor Mendiola (Mexique), Pablo Poblète (France/Chili), Victor Redondo (Argentine).

17 h : *Apéro-poésie*. Foyer de la Maison de la culture, 1425, place de l’Hôtel-de-Ville, 819 379-9813. *Musique : *Daniel Lessard. *Poètes : *Jean-Paul Daoust, Prix Jaime-Sabines-Gatien-Lapointe-2012, Carole David, Prix Alain-Grandbois-2011 (Québec), Margaret Michèle Cook (Ontario), *Aleilton Fonseca (Brésil)*, Aarón Rueda (Mexique), Vladimir Zakharov (Russie).

*5 de outubro – sábado*

16 h : *Rencontre d’information pour les poètes de la Grande soirée Québecor de la poésie* à la Maison de la culture : Françoise Coulmin, Prix International de Poésie Antonio Viccaro-2012 (France), Jean-Paul Daoust, Prix Jaime-Sabines-Gatien-Lapointe-2012, Normand de Bellefeuille, Grand Prix Québecor du FIP-2012 et Prix du Gouverneur général-poésie-2000, Joël Des Rosiers, Prix Athanase-David-2011, Marco Geoffroy, Prix Piché de poésie de l’UQTR-2012, Prix de poésie Radio-Canada-2012 (Québec), Marilyn Dumont (Alberta), Phil Hall, Prix du Gouverneur général-poésie-2011 (Ontario), Javier Alvarado (Panama), Kazimierz Brakoniecki (Pologne), Georges Castera (Haïti), *Aleilton Fonseca (Brésil)*, Aarón Rueda (Mexique), Kätlin Kaldmaa (Estonie), Erik Lindner (Pays-Bas), Victor Mendiola (Mexique), Sigurdur Palsson (Islande), Victor Redondo (Argentine), Carles Torner (Catalogne/Espagne), Vladimir Zakharov (Russie), John Watson (Australie), Amir Or (Israël), Rigoberto Paredes (Honduras).

20 h : *Grande soirée Québecor de la poésie *: dédiée, aux poètes décédés au cours de l’année et spécialement à : Louky Bersianik, Rémi-Paul Forgues, Jean-Pierre Guay, Irving Layton, Angéline Neveu, Marie Savard (Québec), Wislawa Szymborska, Prix Nobel de littérature 1996 (Pologne). Maison de la culture, 1425, place de l’Hôtel-de-Ville. Coût : à partir de 15 $ taxes incluses. *Réservations* *entre 11 h et 18 h* : 819 380-9797 ou billetterie@v3r.net ou 1 866 416-9797 (sans frais). *Poètes :*Françoise Coulmin, Prix International de Poésie Antonio Viccaro-2012 (France), Jean-Paul Daoust, Prix Jaime-Sabines-Gatien-Lapointe-2012, Carole David, Prix Alain-Grandbois-2011, Normand de Bellefeuille, Grand Prix Québecor du FIP-2012 et Prix du Gouverneur général-poésie-2000, Joël Des Rosiers, Prix Athanase-David-2011, Louise Dupré, Prix du Gouverneur général-Poésie-2011, Marco Geoffroy, Prix Piché de poésie de l’UQTR-2012 (Québec), Prix de poésie Radio-Canada-2012 (Québec), Marilyn Dumont (Alberta), Phil Hall, Prix du Gouverneur général-poésie-2011 (Ontario), Javier Alvarado (Panama), Kazimierz Brakoniecki (Pologne), Georges Castera (Haïti), *Aleilton Fonseca (Brésil),** * Aarón Rueda (Mexique), Kätlin Kaldmaa (Estonie), Erik Lindner (Pays-Bas), Victor Mendiola (Mexique), Sigurdur Palsson (Islande), Victor Redondo (Argentine), Carles Torner (Catalogne/Espagne), Vladimir Zakharov (Russie), John Watson (Australie), Amir Or (Israël), Rigoberto Paredes (Honduras).

*6 de outubro – domingo*

13 h 30 – 15 h : *Poésie ludique*. *Artiste* :Régent Ladouceur. Galerie d’art Le Réfectoire, Musée des Ursulines, 734, rue des Ursulines, 819 375-7922.*Poèmes* : Carl Bessette. *Poètes* : Kazimierz Brakoniecki (Pologne), *Aleilton Fonseca (Brésil)*, Claire-Anne Magnès (Wallonie-Belgique), Étienne Ruhaud (France), Robert Giroux, Pica (Québec).

17 h : *Musique du monde et poésie d’ailleurs*. Salle Louis-Philippe-Poisson, Maison de la culture, 1425, place de l’Hôtel-de-Ville, 819 379-9813.*Musiciens : *Claire Tremblay et Sébastien Deshaies. *Poètes *: *Aleilton Fonseca (Brésil)*, Claire-Anne Magnès (Wallonie-Belgique), Victor Mendiola (Mexique), Rigoberto Paredes (Honduras

Encerramento:

*Fin des activités du Festival International de la Poésie.*
23 h :* **Poèmes de nuit.* Café Bar Zénob, 171, rue Bonaventure, 819 378-9925.*Poètes* : tous les poètes invités du 28e FIP encore présents.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

28e. FESTIVAL INTERNATIONAL DE LA POÉSIE 2012


ALEILTON FONSECA É UM DOS ESCRITORES CONVIDADOS PARA PARTICIPAR DO 28º. FESTIVAL INTERNATIONAL DE LA POÉSIE 2012.

 28 de setembro a 7 de outubro
Trois-Rivières - Québec - Canada

Veja o site do evento aqui





terça-feira, 21 de agosto de 2012

Revista Cinza no Café entrevista Aleilton Fonseca



Não deixem de ler mais essa conversa literária!




sábado, 21 de julho de 2012

Feliz Aniversário!

Mais um dia...Novo dia...Outro dia...Muitos dias...
Dia de receber, ainda mais, o carinho da família, dos amigos e também dos leitores.
Hoje é dia de refletir sobre a vida, sobre os passas dados, os caminhos trilhados e renovar os planos para os próximos dias...os próximos anos! E também os próximos livros (rsrs).
Assim, desejamos a você, querido Aleilton, muita saúde, muita luz, uma paz constante, infinitas alegrias, toda felicidade que couber em sua alma, amor sempre e crescente, sua família sempre próxima,que Deus o abençôe infinitamente, e claro, muitooo SUCESSO!
Parabéns!!!






domingo, 8 de julho de 2012

MELHORES POEMAS DE SOSÍGENES COSTA, (org.) Aleilton Fonseca


No próximo sábado, dia 14 de julho, Aleilton Fonseca estará na cidade de Belmonte-Bahia, para o lançamento do livro MELHORES POEMAS DE SOSÍGENES COSTA. O livro, organizado por Fonseca, acaba de sair pela editora Global, de São Paulo, em edição nacional, na Coleção Melhores Poemas, com direção da escritora Edla van Stein. Além de organizar a coletânea, Aleilton Fonseca também fez o estudo crítico introdutório sobre a obra lírica do poeta belmontense. Sosígenes Costa nasceu em Belmonte, em 14 de novembro de 1902, viveu muitos anos em Ilhéus, e depois no Rio de Janeiro, onde faleceu, em 5 de novembro de 1968. Deixou apenas um livro publicado Obra poética (1959), que recebeu o primeiro Prêmio Jabuti de poesia, em 1960. O poeta foi redescoberto no final da década de 70, através de um ensaio Pavão parlenda paraíso, de José Paulo Paes, da reedição do seu livro de estreia, ampliado e organizado por Paes, e da edição do longo poema narrativo Iararana (1979). No final dos anos 90, sua obra voltou à tona, graças a um ensaio original de Gerana Damulakis, Sosígenes Costa - o poeta grego da Bahia (1996). Em 2002, o centenário do poeta foi comemorado na ALB, através de um seminário promovido pela revista Iararana, então editada por Carlos Ribeiro e Aleilton Fonseca. Em seguida, a publicação da revista Iararana (14 números), a Poesia completa (Conselho de Cultura da Bahia), a coletânea crítica A Sosígenes com afeto (Org. Hélio Pólvora) e Travessia de oásis. A sensualidade da poesia de Sosígenes Costa (Florisvaldo Mattos) consolidaram o nome do autor, chamando a atenção para sua obra. Surgiram então artigos,e studos e ensaios sobre a obra do poeta dos pavões e das paisagens atlânticas. Em 2007, a pesquiadora carioca Jane Malafaia defendeu uma dissertação de mestrado (O modernismo singular de Sosígenes Costa) na Universidade Federal Fluminense, e em setembro próximo defende tese de doutorado (a primeira sobre o poeta) na mesma UFF, sobre os torneios das metáforas na poesia de Sosígenes Costa. O livro MELHORES POEMAS DE SOSÍGENES COSTA insere o poeta belmontense numa seleta coleção da melhor poesia brasileira de todos os tempos, fazendo jus ao seu valor estético, temático e cultural.

domingo, 3 de junho de 2012

Convite/Lnçamento: Memorial dos corpos sutis, de Aleilton Fonseca.


Lançamento do livro "Memorial dos corpos sutis". Dia 5 de junho, terça, à 19 h no Bar Póstudo, no Rio Velmelho, Salvador-Bahia.



Galera de Salvador que não tiver outro compromisso agendado...vamos prestigiar!

sábado, 3 de março de 2012

ALÔ, TELEMARKETING! Aleilton Fonseca

Tem cabimento uma coisa dessas? A pessoa está em casa lendo seu jornal, ou assistindo à TV, ou lavando os pratos, ou revendo o álbum de fotografia, ou apenas tirando um cochilo, então o telefone toca. Ao atender, com a maior boa vontade, depara-se com a voz impostada e a simpatia simulada da moça do telemarketing, especializada no uso gratuito de gerúndios.
– Bom dia, eu poderia estar falando com o Seu Fulano de Tal?
Se você é o Fulano de Tal, basta proferir uma única palavra, e pronto! Está fisgado. Ela, com um festivo tom de conversa, diz que o banco tal aprovou para você um mágico cartão, com facilidades encantadoras, crédito pré-aprovado de alguns mil reais e patati e patatá, etc e coisa e tal. E tenta completar assim o golpe de sedução:
– O senhor vai poder estar retirando um empréstimo de 5 mil reais...
Certa vez, alvejado por essa artilharia pesada, contra-ataquei na hora.
– Moça, eu não preciso de empréstimo. Ao contrário, posso até emprestar esse valor ou mais ao seu banco, quer? – esnobei um pouco para ver se ela se tocava e desistia de “estar me aporrinhando” tanto.
Ela não se tocou, ou se fez de desentendida. Passou a discorrer sobre as maravilhas do cartão, dos rentáveis fundos, do seguro, do fundo de aposentadoria. E enumerou diversas formas de sequestrar o meu pobre dinheirinho da minha conta corrente.
– Basta o senhor estar confirmando seus dados, e o cartão estará sendo enviado para o seu endereço automaticamente...
– Não... não quero..., não... não estou interessado...
– ... e o senhor poderá estar dispondo de nosso atendimento especial em sua casa...
– Não, não estou interessado... – eu insistia, mas ela parecia surda.
– ... vou estar agendando uma visita do nosso consultor para...
– Não, senhora! – e desliguei o telefone, sufocado com a insuportável saraivada de gerúndios.
Um amigo desenvolveu uma boa tática para se livrar desse famigerado tele-assédio. Ele atende, diz que vai chamar a pessoa interessada, larga o telefone na mesa, e deixa o tempo passar até que a moça desista e interrompa a ligação. O problema é que voltam a ligar algum tempo depois.
Para meu espanto, a minha mulher desenvolveu uma forma engenhosa e infalível de se desvencilhar da insuportável matraca gerundiva. Toda vez que a moça pergunta pela dona da casa, ela assume uma voz de diarista distraída e vai logo explicando:
– A patroa tá viajando, tou aqui só fazendo a faxina; deseja estar deixando um recado?
_________________
Do livro: FONSECA, Aleilton. A mulher dos sonhos & outras histórias de humor. Itabuna: Via Litterarum, 2010.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O GALANTEADOR - Aleilton Fonseca

A mulher ia tranquila pela calçada, em direção a sua residência, quando percebeu que, da janela de um automóvel, vinha o aceno de um desconhecido. Primeiro olhou discretamente, sem intenção de atender. O homem foi encostando o veículo, e insistiu no aceno, com um sorriso simpático. Ela hesitou em atender. Mas pensou: ora, ele deve estar querendo uma informação. Aproximou-se do motorista e, antes que dissesse algo, ouviu a abordagem inusitada:
– Oi, amor! Para onde vai? Quer ir comigo, minha linda?
Ela estacou, surpresa por um instante. Imediatamente se refez do susto, e riu divertida, achando a cena mais que engraçada, totalmente bizarra. O homem aguardava a resposta, com uma vaga esperança nos olhos semi-cerrados diante da intensa claridade do dia.
– Não, senhor; muito obrigada. Eu moro aqui perto.
– Que tal um chope? Vamos bater um papo.
– Não, agradeço pela gentileza.
Aproximando-se, a mulher olhou mais detidamente para o homem. Moreno, ligeiramente calvo, aparentava uns 45 anos. A marca nítida da aliança denunciava que ele a tirara do dedo, a fim de buscar um affair passageiro. Parecia um marido típico, afundado na rotina de um casamento saturado.
– Eu preciso bater um papo com você, amor! – ele insistiu.
– Ah, eu gostaria mesmo de falar com o senhor – disse a mulher, assumindo uma postura mais ativa.
O homem se animou. Então ela estava a fim de papo! Se conseguisse ganhá-la por um instante, seria a glória do dia. A mulher, com um olhar agora incisivo, continuou o diálogo:
– Em primeiro lugar, esse cigarro está lhe fazendo mal.
Ele, no susto, imediatamente esfregou o cigarro no cinzeiro do carro e atirou o toco longe, para demonstrar claramente a sua renúncia.
– Só fumo de vez em quando – explicou, na defensiva.
– Não devia fumar nunca. Isso mata a pessoa aos pouquinhos.
O homem, com o olhar intimidado, prestava atenção à conversa, entre curioso e espantado. A mulher prosseguiu a inspeção:
– Precisa ir à academia cuidar desses pneuzinhos aí...
– Ah, eu vou... semana que vem eu volto a malhar.
– E essa barriguinha de chope? Vai deixar de beber ou não vai?
– Sim, parei a partir de agora – prometeu, cruzando dois dedos sobre os lábios.
– Está acima do peso. Deixe o carro em casa e vá caminhar.
– Sim, sim: meu médico sempre me cobra isso – informou, assombrado.
– Por falar nisso, há quanto tempo não faz seus exames?
– Pois é... – murmurou, já encolhido, agarrando-se ao volante.
– E tem um exame que precisa fazer logo.
– E qual é? – perguntou, curioso e humilde.
– Está apertando muito os olhos... Faça um exame de vista urgente.
– É, tem razão – concordou, visivelmente vexado.
– E sua mulher? Cuide mais dela, leve-a para passear, viajem juntos.
– Pode deixar, pode deixar... – disse ele, já acionando o motor do carro.
– Se cuide, hein!
– A senhora por acaso é médica? – indagou, num tom respeitoso.
– Sou advogada, casada, e tenho 48 anos.
– Nossa! Eu lhe dava uns 30... – espantou-se, encabulado.
– Obrigada! É que eu não bebo, não fumo, como pouco, faço caminhada, durmo bem, pratico esporte, viajo muito... e sou fiel.
– Ah, bom... eu já vou indo... – ele engatou a marcha, queria fugir dali e enfiar a cabeça no chão.
A mulher sorriu; estava satisfeita com o resultado de seu contra-ataque. Percebeu que o homem, sem graça e desfeito, talvez pensasse consigo mesmo: “Bem que eu podia dormir sem essa”. Literalmente. Ele acionou o acelerador e já ia se afastando, quando a mulher fez a última recomendação:
–Tem um exame que deve fazer amanhã mesmo!
– E... qual é? – gemeu ele, quase em sofrimento psicológico.
A mulher sorriu divertida e arrematou o colóquio, enquanto o galanteador esperava o sinal abrir para sumir dali correndo:
– Seu primeiro exame de próstata!


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Este texto faz parte do livro
"A mulher dos sonhos & outras Histórias de humor"

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

UMA INFORMAÇÃO, POR FAVOR! Aleilton Fonseca

Uma noite, meu filho me ligou, pedindo para ir apanhá-lo na casa de um amigo. Lacônico e despachado, como todo adolescente, contentou-se em me informar que estava no bairro de Brotas, no Conjunto Catavento. E desligou. Liguei de volta, mas deu caixa.
Conheço a região mais ou menos. E achei que acabaria chegando lá no tal endereço sem muito esforço. Ledo engano. Depois de rodar meia hora sem achar o rumo certo, admiti que estava perdido. Sem mapa nem paciência, parei o carro numa esquina e abordei uma velhinha, perdão, digo: uma senhora da melhor idade.
– Boa noite. Uma informação, por favor!
A boa senhora parou e, me olhando de esguelha, desconfiada, aguardou a pergunta.
– A senhora sabe onde fica o Conjunto Catavento?
– Cata o quê? – ela apertou os olhos e apurou os ouvidos.
– Catavento – repeti.
– Ah, é lá pra cima, perto da casa de comadre Sebastiana.
– E onde fica a casa de comadre Sebastiana? – arrisquei, ora!
– Perto do Conjunto Catavento.
Depois dessa, eu ia perguntar mais o quê? Fiquei tão abismado que arrastei o carro dali sem sequer agradecer pela valiosa informação. Segui subindo a rua, prestando atenção aos detalhes.
Mais adiante, havia outra bifurcação. Eu precisava escolher um dos caminhos a seguir. E agora? Felizmente percebi que vinha, a passos calmos, um senhor, também da melhor idade. Animado, eu o abordei:
– Boa noite. Uma informação, por favor!
– Pois não, cidadão – ele disse, solícito e perfilado.
Logo percebi, pelos olhos e pelos passos, que aquele senhor vinha, no mínimo, de uma animada mesa de bar. Assim mesmo, continuei a entrevista.
– O senhor sabe onde fica o Conjunto Catavento?
– Cata quem?
– Catavento.
– Ah, é por ali, olhe. O senhor vai ali desse lado, e segue, vai seguindo em frente... Chegando ali não tem minha casa? Então! Quando o senhor avistar minha casa, é logo ali, o Catavento.
Eu não ia fazer a bobagem de perder tempo com aquela conversa. Agradeci ao homem e fui indo na direção indicada. Quem sabe, adiante eu teria mais sorte. Segui em frente, sem perder a esportiva.
O lugar era realmente confuso. E eu, cada vez mais atrapalhado, não achava o tal endereço. Havia uma lanchonete. Parei ali, e resolvi telefonar para o meu filho. Explique que estava perto, porém perdido; precisava de alguma referência.
–Você está onde? – ele perguntou.
– Em frente a uma lanchonete.
– Ah, é perto. Olha, fica aí mesmo que eu já estou chegando.
Pois bem, tanto melhor. Pus-me a esperar. Daí a pouco, entre transeuntes e automóveis, eis que vejo de novo o senhor que me dera a curiosa informação. Ele me reconheceu. Parou, me olhou, veio em minha direção. Próximo a mim, notei que fazia uma cara de surpresa. Estava muito desapontado.
– Ué, o senhor não achou? Não me leve a mal, mas eu ensinei certo. O senhor foi que não soube raciocinar.
– Tudo bem, eu... – tentei me explicar.
– Eu não lhe disse que era perto de minha casa?
– É, mas...
– Olhe a minha casa ali, olhe! – ele apontava com ênfase.
– Qual? — não sei pra que perguntei isso.
– Aquela lá, pintada de azul e rosa.
– Ah, sim, estou vendo...
– Então! Logo depois, na esquina, já é o Conjunto Catavento.
– Ah, bom...
– Eu ensinei certo, o senhor foi que não soube achar...
– Me desculpe... – eu gaguejei, me sentindo um idiota.
– É, mas da próxima vez tenha mais cuidado – ele disse, tocando na cabeça com o indicador.
Gente, aquilo era demais! Ele passava dos limites. Eu ia responder alguma coisa a ele, mas meu filho já chegava e era preciso dar meia-volta. Mesmo assim, arrisquei me divertir mais um pouco, com aquela situação bizarra.
– Por acaso, o senhor é marido de dona Sebastiana?
– Sou sim, por quê? O senhor conhece Sebá de onde? – ele perguntou intrigado, apertando os olhos, cheio de desconfiança.
– Não, por nada... – eu disse isso, engatei a marcha e fui saindo de fininho.


Do livro "A mulher dos sonhos & outras Histórias de humor"

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Nhô Guimarães em Ilhéus


Sinopse Nhô Guimarães


Nhô Guimarães é uma adaptação do romance homônimo de Aleilton Fonseca, escritor grapiúna membro da Academia de Letras da Bahia, para a linguagem teatral. O livro foi concebido em 2006, como forma de homenagear os 50 anos de publicação de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. O espetáculo, em forma de monólogo, transpõe para o palco a vida, as ideias e a mítica do nosso sertão, privilegiando a linguagem falada rica em neologismos, recheadas de palavras incomuns, próprias dessas regiões. Esse tratamento é mantido na encenação como forma de valorização da diversidade linguística, existente na língua portuguesa.
A estória é apresentada através dos causos contados por uma senhora octogenária a um visitante. Entre uma estória e outra, a velha cita a presença de um amigo do falecido marido, Nhô Guimarães, senhor de jeitos elegantes, que sempre os visitava, com "seu ouvido bom de ouvir causos e seus óculos pretos de aros redondos". Uma referência direta ao escritor mineiro João Guimarães Rosa. Enquanto relata suas lembranças, a velha desenvolve ações cotidianas, como coar um café, fazer bolinho de feijão, fumar cachimbo, busca-se criar uma transposição de quem assiste para o ambiente do cotidiano interiorano.
Em 2008, ano em que se comemorou o centenário do escritor mineiro, João Guimarães Rosa, o Núcleo Criaturas Cênicas de Salvador, realizou a adaptação do romance Nhô Guimarães, lançado em 2006 pela Bertrand Brasil, para a linguagem teatral. A adaptação foi realizada por Deusi Magalhães e Edinilson Motta Pará, atriz e diretor desta montagem, que teve sua pré-estréia no teatro do IRDEB em novembro de 2008 e foi um dos vencedores do Programa BNB de Cultura/2009, com o projeto Nhô Guimarães Pelo Sertão.




Aleilton Fonseca


O autor de Nhô Guimarães é natural de Firmino Alves e ilheense de coração, tendo vivido em Ilhéus de 1964 a 1979, quando se mudou para Salvador, para estudar na UFBA. Estudou no Grupo Escolar Dom Eduardo, da Ponta da Pedra, de 1966 a 1970. De 1971 a 1976 estudou no Colégio Estadual de Ilhéus, no Malhado. Entre 1977 e 1978 estudou na EMARC, em Uruçuca, onde fez o curso de Técnico de Agrimensura. De 1975 a 1978 fez parte da extinta Filarmônica Santa Cecília, em Ilhéus, na qual tocava clarineta. Em 1978, passou no vestibular de Letras da UESC (FESPI, na época) e na UFBA, e resolveu mudar-se para Salvador.  Desde antão, todos os anos volta a Ilhéus para rever a cidade, amigos e parentes. Ainda em Ilhéus começou a escrever e tomou gosto pela literatura de Jorge Amado, Adonias Filho e Hélio Pólvora. Publicou seus primeiros textos no antigo Jornal da Manhã, de Ilhéus, entre 1977 e 1979. É professor da UEFS e membro da Academia de Letras da Bahia.